Magician from Mars, a primeira super-heroína
Provavelmente, todos concordam que, quando pensamos em heroínas, a primeira imagem que surge na mente das pessoas seja a da Mulher-Maravilha. Mas engana-se quem pensa que a princesa amazona tenha sido a primeira super-heroína dos quadrinhos. Este título é de uma obscura personagem chamada Magician from Mars.
Criada pelo roteirista Malcolm Kildale e o desenhista John Giunta, a personagem estreou em novembro de 1939, na sétima edição da revista Amazing-Man Comics, quase dois anos antes da primeira aparição da Mulher-Maravilha.
A revista, uma antologia ao estilo de Action Comics, era uma publicação da Centaur Comics, uma divisão especializada em quadrinhos da Centaur Publications, editora de pulps que, de olho no sucesso do Superman, comprou selos menores e se lançou no recém-criado mercado dos super-heróis.
Em uma trama que buscava inspiração na ficção científica, as histórias de Magician from Mars se passam no futuro, quando viagens para outros planetas do sistema solar se tornaram comuns. Filha de uma terráquea e um marciano, Jane 6ᴇᴍ35 (depois o sobrenome mudou para Q-X3) nasceu em Marte e ainda bebê foi exposta a um feixe de raios catódicos. O acidente mais a sua fisiologia de dois mundos deram origem aos seus poderes.
Em uma explicação pseudocientífica típica dos quadrinhos da Era de Ouro, os raios catódicos deram à heroína a capacidade de usar 100% do seu cérebro, o que resultava em habilidades que pareciam mágicas até mesmo para os marcianos: superforça, telecinese, capacidade de criar ilusões e até transformação de matéria.
Entediada com a vida em Marte e a criação rígida de Vanza, sua ranzinza tia marciana, Jane foge em um foguete para a Terra, onde passa a viver aventuras como a Mágica de Marte.
Pela primeira vez nos quadrinhos, uma série apresentou uma mulher com superpoderes e totalmente independente. Mas com apenas cinco histórias publicadas e nenhuma aparição nas capas de Amazing-Man, Magician of Mars acabou caindo no esquecimento.
Com o fim das atividades da Centaur, seus personagens caíram em domínio público, o que levou a Malibu Comics, em 1992, a lançar Protectors, série que reimaginava este universo. E mesmo neste revival, a Mágica de Marte não teve uma segunda chance.
Mas se não fosse por suas histórias, talvez muitas das heroínas que conhecemos hoje poderiam não existir.
Por: Por André Morelli
Fonte: Universo HQ