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Quadrinho da autora do momento é lançado pela Editora Nemo

Quem acompanha os lançamentos de quadrinhos no Brasil já deve ter ouvido falar de Aimée de Jongh, a nova sensação do momento. Após Jeff Lemire, Paco Roca e Junji Ito, ela é a quadrinista que todas as editoras desejam publicar.

Em “Sessenta Primaveras no Inverno”, recente lançamento da @editoranemo, Aimée trabalha com o roteiro de Ingrid Chabbert, abordando de forma sensível o processo de envelhecer e revelando os desafios enfrentados por uma mulher acima dos 60 anos ao decidir seguir sua própria vida.

A história é breve e acompanha Josy, que, ao completar 60 anos, decide comunicar à família sua decisão de partir e viver sua própria vida após 35 anos de casamento. No entanto, fica evidente para o leitor que Josy busca muito mais do que uma mudança de residência, ela procura uma transformação que a permita ser verdadeiramente quem sempre quis ser.

Josy sai de casa e passa a viver em uma kombi. Ela inicia um novo relacionamento, completamente diferente daquele que teve durante todos esses anos. É uma relação aberta, na qual ela se sente livre e, acima de tudo, feliz.

O que mais me impactou nesta HQ foi a reação da família. Honestamente, esperava que, após o choque inicial, algum membro tivesse o bom senso de conversar com Josy. No entanto, a grande sensibilidade desta obra está em não disfarçar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres, especialmente na terceira idade. Josy é, de fato, julgada pela sociedade e até mesmo por sua própria família (marido e filhos).

Essa ausência de maquiagem da realidade apresenta ao leitor uma série de eventos tristes e, às vezes, insensíveis. São os diálogos dessas cenas que nos proporcionam um ponto de vista interessante, e nos fazem perceber que ninguém parece realmente interessado em entender os motivos de Josy.

Mais uma vez, a arte de Aimée de Jongh é belíssima. Ela trabalha muito bem as cores e a composição das páginas. A diagramação é extremamente eficiente em direcionar o olhar do leitor para os pontos certos, inclusive nos momentos que exigem reflexão.

 

Por: Renato Lebeau
Fonte: Impulso HQ

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